Elfos, Arcos e Magias

     


Imagem via: Lawrence Painting

    Karl acordou e, por um segundo, esqueceu de onde estava, mas logo as dores tomaram seu corpo. Ao abrir os olhos parecia que enxergava através de um vidro embaçado. Com alguns segundos sua visão foi se ajustando e pode ver um rosto fino e de grandes olhos azuis à sua frente- Você está melhor forasteiro? - Perguntou a elfa. Seu rosto tinham finas linhas prateadas desenhadas que lembravam raízes de árvores, seus lábios eram finos e claros - Consegue falar? - Então a elfa abanou sua mão em frente a os olhos de Karl. 

-Ai-Resmungou com uma voz grave e cansada-Consigo falar, mas ainda dói... Onde estou?

-Está em um acampamento, um acampamento Dalish. Nós te resgatamos de um bando de magos malucos que estavam tentando controlar uns demônios por aí- Disse a elfa tocando levemente em uma das orelhas pontudas-Qual seu nome? Eu sou Ariall. Não sei ler essa runas Tevinterianas na sua tatuagem.

-Meu nome e Karl, você viu um homem baixinho e meio balofo que estava comigo?

-Claro, o Bob está lá tentando brincar com as crianças. Rapaz simpático ele, mas meu pai não gosta muito, diz que ele tem cheiro de anão.

    Karl tentou se levantar para ver o que a Elfa, que se afastava, estava fazendo. Porém, ao começar o movimento, o mundo girou e delirou de dor em seu torso.

-Vai ter que esperar mais um pouco, você está bem mal. Seu amigo Bob é bem mais fácil de cicatrizar, o rancor não deixa você se recuperar mais rápido- A voz doce e casual da menina não dava impressão de alguém que poderia dizer uma coisa daquelas.

    O homem já não tinha forças para continuar falando e dormiu logo em seguida. Os dias se passaram e os dois continuavam a ter curtas conversas entre si. Ela vinha todos os dias lavar Karl e trocar seus curativos. A garota fazia perguntas de todo o tipo, as quais Karl decidia não responder algumas, as que eram inconvenientes. Já quando se tratava de outras perguntas inocentes ria ao responder por suas obvias respostas. Por mais que não gostasse daquela situação estava dependente daqueles elfos. A tenda em que ficava tinha cheiro de couro curtido e ervas recém colhidas. Apenas uma mesa, uma cadeira e uma estante com prateleiras cheia de potes enfeitavam a tenda de chão batido. 

    No primeiro dia que conseguiu se levantar foi contido por guardas elfos para ficar dentro da tenda, então aproveitou para tentar ler um caderno feito de folhas de árvore. Pode ver uma escrita, que deduzia ser élfico, e desenho de plantas e animais-Gostou das minhas anotações? Eu te ensino a ler se me ensinar a ler as runas da sua tatuagem- Karl deu um salto de susto e sentiu a dor em sua coxa. Em poucos dias já conseguia se movimentar bem e começou a perceber que não era bem vindo.

-Por que vocês nos salvaram? - Indagou Karl para Ariall.

-Porque você e seu amigo não estavam juntos com os humanos que estavam conjurando demônios. Convenci meu pai de que vocês eram inocentes. Mas agora escute, meu pai quer manter vocês presos até lhe vendermos para escravagistas, eu não quero isso. Na verdade... Na verdade eu quero fugir e acho que tenho mais chance com vocês que são acostumados a viajar sozinhos. Seu amigo me disse que se você concordar, ele nos acompanha. O que acha?

    Aquelas palavras caíram como pedras no estomago de Karl, ele não queria voltar a ser um escravo. Aquela vida não valia a pena ser vivida, preferiria morrer lutando-Tudo bem, só preciso das minhas coisas-Murmurou para não ser ouvido.  Ariall concordou com tudo e disse que até tinha recuperado o cavalo negro de Karl e o malhado de Bob, combinaram um horário da madrugada e planejaram a fuga.

    A noite era estrelada e sonorizada pelo constante cricrilar dos grilos e o coaxar dos sapos. Ariall com um simples encantamento colocou os guardas para dormir. Era mais fácil entrar na mente daqueles que já se conhecia há muito tempo. Trazia debaixo do braço, enrolado em panos, a espada e a armadura peitoral feita de couro. Em suas costas carregava o antigo arco de sua falecida mãe. Ao entrar na tenda teve uma surpresa, Karl estava sentado na cama e conversando com o pai de Ariall. Um elfo mais velho com cabelos curtos completamente prateados, suas tatuagens eram mais complexas do que de Ariall. Seus olhos eram escuros e destoante de sua pele alva. Um suspense constrangedor se manteve por longos instantes, mas foi quebrado quando Pidor o elfo guardião disse-Eu aprovo sua partida, nunca disse que você era prisioneira e se acha que esses humanos podem lhe ajudar eu não ficarei em seu caminho; Além disso, se vai levar o arco de sua mãe, deveria levar isso também - Entregou um anel com uma pedra azul encravada no prata e deu um beijo em sua filha antes de sair.  

-Seu pai é um sujeito assustador- Resmungou Karl ao se levantar e começar a colocar a armadura com a ajuda de Ariall.

    As horas que se seguiram foram estranhamente silenciosas entre os dois, preparam e separaram as provisões, agora com mais calma. O silencio só foi quebrado com a chegada de Bob que não conseguia ficar muito tempo sem soltar comentários sobre como estava fascinado com os elfos e como estava ansioso pela viagem. 


    (Não achei o(a) artistas da imagem, se conhecer me diga que dou os créditos)

Eai, pessoal? Sei que tava sumido (não que os meus três leitores tenham reclamado kk), mas to tentando voltar a ativa. Tá saindo ai para vocês o segundo capitulo das aventuras do Karl, qual nomes vocês acham que seria legal dar para a saga?



        

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